
Jacob Levy Moreno é o criador do Psicodrama, abordagem psicoterápica e socioeducacional. Um dos alicerces da filosofia moreniana é a “Teoria da Espontaneidade-Criatividade”.
Uma vez me convidaram para falar sobre “Espontaneidade na Terceira Idade” em um dos Congressos de Psicodrama. Para me aquecer sobre o tema comecei a promover uma série de leituras. Nessas andanças literárias encontrei um pequeno e singelo poema de Zerka, a terceira esposa de Moreno, com o qual me identifiquei e que ressoou tão bem à proposta de escrever sobre espontaneidade. Seus versos dizem o seguinte:
O que é o amor?
O que ele quer?
De onde ele vem?
Para onde ele vai?
E o mais importante:
Por que ele volta? (Moreno, 1995)
E como num processo alquímico, espontâneo-criativo, transformei-o no seguinte:
O que é a espontaneidade?
O que ela quer?
De onde ela vem?
Para onde ela vai?
E o mais importante:
Será que ela volta?
E acrescentei:
Ela é uma energia?
Tem a ver com liberdade?
É irmã da criatividade?
Ela é conservada?
E o mais importante:
Pode ser resgatada?”
“Ela produz algo?
É um sentimento?
Precisa de aquecimento?
É uma função esquecida?
E o mais importante:
Tem tempo de vida?
Texto adaptado do livro “Universo da Depressão”, Capítulo 8,
“Convite a um ensaio”,
de Elisabeth Sene